Relembrando a história: de servidor a governador

Publicado em: 28 de Julho de 2020, há 3 anos.

Uma placa, colocada no hall de entrada da antiga sede da Jucemg, na avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, tem os seguintes dizeres: “No Sesquicentenário da Independência do Brasil, inaugurou-se esta sede da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, sendo presidente da República General Emílio Garrastazu Médici e governador do Estado Doutor Rondon Pacheco, ex-servidor da Junta, onde começou a servir à causa pública”.

Quis o destino que um dos mais importantes momentos na trajetória da Junta – a inauguração de sua sede própria, em dezembro de 1972 – fosse presidida por um governador de Estado que pertencera ao seu quadro de servidores. Com efeito, Rondon Pacheco fora servidor da Casa por cinco anos, durante a década de 40.

Com sua vocação para a causa pública, o antigo servidor, natural de Uberlândia, enveredou-se pela política, tendo sido deputado estadual, entre 1947 e 1951, e deputado federal, entre 1951 e 1971 e de 1983 a 1987.

Governou Minas de 1971 a 1975, quando foi o responsável pela intensificação do progresso industrial de Minas, ao elaborar o Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social, atraindo importantes indústrias como a Fiat Automóveis e a Krupp.

No dia da inauguração da sede própria da Jucemg, em 27 de dezembro de 1972, Renato Falci, presidente da Entidade, agradecendo ao governador que aprovou a construção do prédio, enalteceu em discurso as suas qualidades: “Além do espírito arguto de homem público, ressalte-se a vivência do ex-funcionário da Junta Comercial, quando Vossa Excelência conviveu com abnegados homens do comércio e dedicados líderes das entidades das classes empresariais”.

Falando de improviso, o governador declarou que o ato tinha especial conteúdo para ele, pois, quando universitário, trabalhara durante cinco anos na Junta, ao lado de representantes do comércio e da indústria, tendo aprendido, naquela época, a lidar com as leis e o direito, acrescentando: “Numa Casa onde sempre prevaleceu, acima de tudo, a lei”.

Rondon Pacheco morreu em sua residência na cidade de Uberlândia, no dia 4 de Julho de 2016, aos 96 anos, após uma longa internação para tratar uma pneumonia. Em Uberlândia, uma das principais avenidas da cidade recebeu o nome do Governador: Avenida Governador Rondon Pacheco, mais chamada de Avenida Rondon Pacheco ou simplesmente Rondon. Na mesma cidade, existe o Teatro Rondon Pacheco. Em Araguari, o Parque de Exposições da cidade também ganhou o nome de Rondon Pacheco.

 

Junta Comercial de Minas Gerais: Memória e História - 1893 - 2011
Organizadores: Airton Guimarães - José Eustáquio Oliveira de Souza
Editora Vega, 2011

 

Publicado em: 28 de Julho de 2020, há 3 anos.